A Terra, organismos vivos


A gestão da água disponível

18-05-2013 20:35

 

    A água é indispensável à vida, mas tem de ser potável e de estar acessível. Se a água abrange cerca de 71% da superfície do planeta, a maior parte deste volume tem um teor de sal demasiado elevado para ser consumido. Além disso, na restante, água doce é armazenada em grande parte sob a forma de gelo ou lençóis subterrâneos. Por isso calcula-se que o valor de água disponível seja mínimo.
 
    Este precioso recurso encontra-se repartido de forma muito desigual. Menos de 10 países compartilham 60% das fontes de água doce. Os recursos médios por países e per capita variam numa proporção de 1 para 20 mil entre o Médio Oriente e a Islândia. Muitas regiões do mungo com clima árido são afetadas pela escassez de água doce. Este stress “hídrico” pode ser fonte de conflitos.
 
    A água é escassa, mas também desperdiçada, poluída, sobre explorada. Uma gestão irresponsável agravada pelo crescimento demográfico conduz hoje a uma situação sanitária catastrófica: 1,3 mil milhões de pessoas não têm acesso à água potável, 2mil milhões estão privados de instalações sanitárias e 4mil milhões não estão ligados a uma rede pública de saneamento.
 
    A água contaminada (malária, diarreia, febre de dengue) mata por ano 5 milhões de habitantes, muito mais do que a sida.
 
    Melhorar o acesso à água é também contribuir para o desenvolvimento social de muitas populações e, em especial, das mulheres. Uma africana anda em média 6 quilómetros por dia para fornecer agua a família.
 
    Esta crise humanitária não pode ser resolvida apenas através da regulação dos mercados. Segundo o Fórum Mundial da Água, seria necessário investir quase 180 mil milhões de dólares por ano para satisfazer o acesso à água potável e preservar os recursos hídricos. Mas apenas 80 mil milhões dólares por ano estão disponíveis. No entanto, mais delicado é que estes financiamentos, demasiado fracos, estão a ser canalizados para o fornecimento de água potável aos países desfavorecidos e às populações pobres, que não podem pagar o preço fixado pelo mercado.
Retirado e adaptado de Sacquet, Anne-marie, Atlas mondial du développement durable, Paris, Autrement, 2003. 
 
 

—————

Voltar